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domingo, 7 de junho de 2015

O silêncio de Melinda

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Não escolhi esse título por acaso. Ele se trata de um filme, cuja história é muito forte e triste, já que perpassa por uma situação de violência sexual e posteriormente retrata os aspectos depressivos da protagonista. A mesma foi excluída e julgada a todo momento (Melhor entendimento, assista o filme!). Assim penso: Será que alguém é tão auto-suficiente que aguente a todo instante ser julgado? Será que sabemos o que o outro passa para nos sentir no direito de julgar?
Esse filme ressignificou o meu silêncio, não como o caso de Melinda, mas como ela se sente, julgada e excluída. Muitos leitores vão dizer que estou derramando aqui os meus sentimentos deprimidos e que deveria me dispor a escrever coisas boas, outros talvez poderá também ressignificar o seu íntimo com tal texto. Estejam a vontade para as críticas. 
Pensei muito, antes de escrever esse texto, porque ele contém algo que faz parte de meu sofrimento psíquico, e me desculpem os leitores, estou escrevendo mais para mim do que para quem está lendo. Talvez porque seja tão difícil ser acolhida, ser escutada sem acusações, ser respeitada no meu jeito de ser. O meu silêncio, como o de Melinda, diz muito mais que as minhas palavras. Mas hoje quis falar, quis falar porque é difícil encontrar dentro de certos parâmetros sociais e econômicos, possibilidades de uma escuta profissional, posso dizer isso com muita certeza, pois a quinze dias, marquei consulta psicológica em um serviço psicoterapêutico de uma instituição, sendo que as taxas da terapia seriam simbólicas. Eu saltitante fiquei, quando em mim veio um pensamento: meu silêncio vai ter fim, vou confiar em alguém para contar o que sinto, e vou ser ouvida sem lições de moral. No entanto um desastre ocorreu. Fui surpreendida quando soube de comentários no corredor do serviço, futuras psicólogas rindo e fazendo pouco caso de seus pacientes, desdenhando de cada um. Sorte minha que seria minha primeira consulta, porque imagine só, já me encabulo no silêncio imagine depois de ouvir pessoas desdenhando dele? Iria sentir que nem meu silêncio pode ser respeitado. Triste e muito revoltada com tal postura anti-ética, resolvi me abrir com meu terapeuta supremo, o meu blog, como sei que  quase ninguém ler, não fará muita diferença mas ao menos dá uma sensação de ser escutada. Assim penso, como julgar os outros por serem mal resolvidos? Se nem sei ouví-lo e respeitá-lo?
Voltando ao filme, da linda Melinda, que me fez chorar bastante (Só uma pontuação, para que eu não me auto-boicote: iria escrever; "filme que me fez balbuciar ao chorar"). Sim, chorei feito criança com saudade do aconchego materno! Chorei sim, porque o silêncio de Melinda é a expressão da minha fala. E agradeço muito  a esse filme, por me ter permitido falar. 
Para notícia boa, para meus poucos leitores, talvez eu mesma e mais outra parte de mim que desconheço, (risos), me consolarei procurando outro serviço especializado, talvez assim eu seja escutada... talvez assim eu seja acolhida, entendida. Talvez assim, eu consiga escrever o que tanto querem ou o que eu mesma quero. Escrever coisas mais positivas, equilibradas e bem resolvidas. Mas como sou pobre mortal, ainda nesse desfecho de cuspir o que me incomoda, me refaço nessa companhia.

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