Como é bom fantasiar-se de êxtase, sonhando o bom e o bem...
A imagem da completude e união...
As mãos intactas e solidárias...
O beijo ardente do fogo da paixão...
Um desafiar na junção...
Um entregar-se por inteiro sem pudor...
Um prazer revitalizante na compreensão...
A junção das mãos, a junção das almas...
O amor...
O amor...
O sonhos dos versos que rimam...
Da poesia que enobrece a alma...
Do vínculo de luz...
Enamorar no encontro e desencontro...
Sonhar e se permitir...
Tão intrínseco quanto o pensamento...
Tão carnal e feroz como a onça do inconsciente...
Cheio de vivacidade...
Onde o outro tem que ser um porto seguro...
Que nem a tal cidade abarca...
Mas que o coração se encanta...
E a emoção satifaz o espírito e a carne...
E onde está o meu complemento, o complemento da frase: E _ T_ A_M_O?
As portas fechadas, as janelas fechadas, as armaduras...
As imitações, as anti-imitações...
As projeções, o pensamento vinvencial...
As portas fechadas, o ''eu'' preso...
As janelas fechadas, não há brechas para a aceitação...
As armaduras, o ego tem necessidade de se sentir seguro...
Talvez a alma tece e padece candura...
A alma segue, e rígida deseja brandura...
Porque ser aceito o que as vezes acolhe...
O que não é comum, não faz parte de um grupo...
O que não segue uma retórica contradiz o outro...
Porque ser autêntico incomoda?
Será que o problema é a imagem?
O que é a imagem?
Onde estão as cores?
Grupos fechados, estigmatizados...
Grupos fechados, como a mente...
Que deseja ser o outro, e de desgosto retruca...
Grupos fechados, antes era de luta..
Era sindical, agora é de liberdade...
Liberdade de crítica que se torna julgamento banal...
E as janelas e portas fechadas tornam a alma triste...
Porque sentir carinho do outro é aconchego...
Onde a sinceridade do outro impera, nas palavras cadê o zelo?